Nem de propósito. Lembro-me de ter transcrito este mesmo poema e oferecido a alguém a quem quero muito bem. Hoje deparei de novo com ele, link numa mensagem de um e-mail enviado por um amigo. Coincidência ou não, o que sinto é gratidão pela gente boa que me rodeia.
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello Breyner Andresen
1 comentário:
Gracias Alexandra por publicar este poema.
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