quinta-feira

Palavras que nos beijam.



Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.


Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.


De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.


(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)


Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill

3 comentários:

Carlos Gil disse...

O'Neill.... bom... :-)

MÓNICA disse...

Esta poesia é linda! Fica ainda mais linda cantada pela fadista Mariza, na minha opinião!

Alexandra disse...

Desconhecia que a Mariza cantava este poema! Vou já pesquisar e tentar ouvir... obrigada, Mónica!