quinta-feira

A última rosa

A noite chegou e ela sentia o perfume do jardim que crescia à sua volta, aroma mais intenso que o incenso: Sería un pecado no pensar en ti al leer ciertas cosas. Eres lo mejor que puedo tener en mente. Soy el ruiseñor de tu sombra, sombra a la que quiero estar para siempre. Difícilmente podré pincharme con tus espinas, pero ya sangro por ti. Feliz miércoles...

Blood Red Rose - Judith Tomaz


L'última rosa
s'ha obert sobre l'espina;
sembla una dama.
No la cullis: guardem-la
pels rossinyols de l'ombra.

(La última rosa
se ha abierto sobre la espina;
parece una dama.
No la cojas: guardémosla
para los ruiseñores de la sombra.)

Carles Riba

Hoje o meu primeiro rouxinol faz dezassete anos; em 2011 será por fim adulta. O mais novo completou quatro este mês e quem nos conhece, sabe: está a deixar de ser bebé. Mas nesta noite nostálgica adormeceu, à lareira, no meu colo, entre histórias e canções. Já lá vai o tempo em que cuidava entre raspanetes e ordens, me multiplicava, desdobrava e mesmo assim me faltava o tempo para dar a sombra merecida a quem tanto amo... Aqueles que outrora foram rouxinóis da minha escassa sombra estão a crescer e a partir. Esta rosa perde folhas e espinhos, mas resiste, envolta em doçura e carmim. Há que permanecer, pois o último rouxinol virá em busca da sombra que ainda existe sob as minhas pétalas.

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